sexta-feira, outubro 06, 2006

sul

tudo, ali, é simples e complexo: a luz,
a solidão, o olhar que se comove com o cair
da noite e com o nascer do dia;e, até,
os risos de mulheres que se ouvem desde longe,
trazidos pelo ar cuja transparência se sente
na própria respiração.No entando, debruço-me
da varanda e dou por que algo se oculta,
para além dos muros e dos quintais, e chama
por mim sem que eu possa responder. Então,
volto para dentro; preparo o café; e
enquanto a água ferve o mistério desaparece,
inútil e excessivo, no início da tarde

Nuno Júdice