segunda-feira, junho 19, 2006

as cores da minha infância

São
brancos tons de candura
azuis de céu e mar
em paredes de pedra e cal aquecidas pelo sol

verdes frondosos e frescos de choupos e fetos reais
sugando correntes de ribeiras transparentes.

São
castanhos avermelhados em grés
laranjas crepusculares

desta terra de barro com odores intensos
de laranjeira em início de primavera

São
bejes de fim de ceifa
pó de farinha trigo moído
ramos secos de esteva ateados
em fornos de pão arduamente amassado.

Roxos de rosmaninho lilazes
confundidos entre amarelos fogo
de azedas em terrenos férteis...

São
secos verdes pegajosos
tons de rosa forte de estevão firme
no árido cinzento dos xistos.

são
multicolores de ouro e prata
brilho de taliscas talhadas
que se erguem nos montes até ao limite dos céus

as cores da minha infância
avisto-as nesta serra íngreme e profunda

numa dualidade de esquecimento
e vivamente com vida.

hjnc

6 Comments:

Anonymous Servir Silves said...

é este teu, meu, nosso Algarve, verdadeiramente vivido
que urge preservar -

dos corvos

das doninhas

dos parasitas

presentes -

custe o que custar!

10:15 da tarde  
Anonymous Servir Silves said...

e quem não gostar que se lixe!!!!

10:17 da tarde  
Anonymous daniel sant' iago said...

Tanta cor... Era assim?

daniel

11:40 da tarde  
Anonymous HC said...

urge... falta um 112 do património zenão ... um INEM por FAVOR...

1:15 da tarde  
Anonymous HC said...

daniel
era mais garridas as cores.. mais fortes ... mais quentes..

1:16 da tarde  
Anonymous HC said...

daniel errata ~
* eram

1:17 da tarde  

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